quinta-feira, 4 de novembro de 2010

EDITORIAL

SOLIDARIEDADE OU PURA OMISSÃO DE RESPONSABILIDADE?

Uma coisa é falar de deficiência física, sendo leigo, outra coisa, é falar de deficiência física, estando encima de uma cadeira de rodas. Eu estou numa cadeira, portanto, acho que sou a pessoa certa, para tentar mostrar a vocês, o que é ser um deficiente, e necessitar de ajuda, para se auto locomover.

Raramente, o deficiente pede algo, se não tem necessidade obrigatória daquilo que esta solicitando. Nenhum deficiente, pede uma cadeira de rodas, se não tiver necessidade dela, não conheço caso de pedido assim, e a anos lido com a matéria, por força da minha condição.

Cubatão, não é uma cidade diferente das demais. Tem ela seus deficientes, e seus problemas, como todas as grandes e pequenas cidades os possui, e natural que assim seja, pois so assim a cidade evolui: tendo problemas e os solucionando.

Em 1988, fundou-se em Cubatão, a primeira entidade dirigida por deficientes, na cidade: Associação Cubatense em Defesa dos Direitos das Pessoas Deficientes, fundada por uma meia dúzia de funcionários públicos deficientes, e fui eu seu Presidente Fundador, e membros eram deste pioneiro escalão de mando, Amauri Pessoa Candido, João Cardoso Barrada e Maximiliano Alves de Brito.

Esta entidade, conseguiu em 1985, que fosse montada e aprovada a lei municipal 1.512, baseada na lei idêntica, existente na Cidade de Campinas, que determinava que todo deficiente físico, capas de exercer funções específica, ao completar a idade legal, morador ou natural do Município de Cubatão, teria direito de preitear emprego publico, e nele ingressar, sem a necessidade do Concurso Publico, e após dois anos do exercício pleno de suas funções, passava ele para o quadro fixo do poder publico.

Um avanço enorme, para a classe, a 1.512, pois dava ao deficiente físico, quando adulto, a certeza do emprego, do ganha pão.

Porque estou contando tudo isso? Para que saibam, que falo com conhecimento, do assunto que quero abordar, e quanto penoso me é, abordá-lo.

No começo da madrugada, recebi por email a denuncia que um deficiente físico, morador da Ponte Nova, esta pleiteando junto a Prefeitura, uma cadeira de rodas, desde 2009 e já entrou inclusive no Ministério Publico, para conseguir tal condução.

Um município como Cubatão, com uma administração cuja titular é uma Professora de profissão, que possui um orçamento que assusta, pelos zeros que vemos nele, e que a administração, tem que ser acionada pelo ministério publico, para que conceda a um deficiente físico, o seu direito sagrado da auto locomoção, me leva a repensar na vida, a repensar em tudo, e a chegar ao ponto de não acreditar no amanha, desta terra, que viu Schmidt nascer, que tem homens de bem em seu comercio,e nomes ilustres, em sua política.

Falta-me o ter crença, de que estou falando da Cubatão, onde me criei, onde me tornei cidadão, onde tenho meus antepassados descansando em solo sagrado! Me falta acreditar nos relatos, quando vejo que chegou a este ponto: um deficiente e sua família, ter que usar o ministério publico, para ter uma cadeira de rodas, numa cidade que joga milhões, em festividades, todos os meses!

Custa-me o acreditar, que a sociedade cubatense deixou algo assim acontecer, que os poderes constituídos, disto não tomaram ciência, não se mobilizaram para resolver a coisa, e deixaram ter o deficiente físico, e sua família, que passar pela humilhação de ter que recorrer ao Ministério Publico, para conseguir uma cadeira de rodas, cujo preso não ultrapassa a 20 mil reais, se muito!

Estamos falando de um governo municipal, que só em 4 apresentações de uma peça comemorativa da Independência, desembolsou dos cofres públicos, mais de 500 mil reais!!!!

Estamos falando de uma cidade que discuti reformas em parques da cidade, que passam de 28 milhões de reais... Estamos falando de uma cidade que possui um orçamento, digno de algumas das capitais brasileiras!!

Envergonhou-me o ler da denuncia!!! Envergonhou-me saber que a sociedade cubatense, deixou chegar ao ponto, de um deficiente e sua família, ter que recorrer ao ministério publico, para pedir um direito natural dele, do deficiente: o direito de ter como se locomover.

Envergonhou-me ainda mais, ao saber que este beneficio, ainda vai esperar 15 dias, para chegar ao deficiente, pois foi este o prazo que o Fundo de Solidariedade deu, para resolver o problema! Quer dizer, que mesmo com ordem judicial, o fundo ainda pede tempo, para resolver? Que SOLIDARIEDADE é esta? Como pode o poder publico, desta cidade, com um orçamento deste porte, deixar algo assim acontecer?

Como pode uma Câmara Municipal, estar omissa, numa questão deste porte?

Como pode o Conselho Municipal da Pessoa Deficiente de Cubatão, ter permitido isso acontecer?

Como pode o Comercio Cubatense, estar omisso, nesta questão?

Como pode o fundo Social, ainda pedir tempo? Que tempo, necessário é para pegar um carro da Prefeitura, ir em São Paulo, comprar a Cadeira, e entregar ao deficiente? Leva 15 dias a viagem?

Depois dizem, senhores, que este jornal é como metralhadora: solta balas, sem ter alvos determinados.... Que seu editor, exagera no texto, e não tem objetividade....

Será que é este Jornal, este Editor, que esta errado, ou é a Sociedade Cubatense, que de olhos vendados esta, diante de certos acontecimentos que se passam à sua volta?

Será que não falta mais consciência, mais responsabilidade, mais carinho pelo próximo, mais dignidade de homens públicos, mais visão social dos necessários cuidados com a cidade, nesta terra que me viu nascer?

Será que não falta uma Câmara Municipal, mais atuante, e mais responsável? Será que não falta alguém, para levar a senhora Prefeita, a verdade real, do município que administra?

Não há como eu acreditar, que o Fundo Social Cubatense, necessite de mais 10 ou 15 dias, para resolver este problema. Acreditar nisso, seria o desacreditar completo do ser humano, que existe em cada um dos profissionais que La exercem suas funções com dignidade.

Senhora Prefeita, não basta a senhora ter o poder na mão, como o tem, tem que saber usá-lo pelo bem do povo, que a elegeu, pois senão, minha Senhora, o cargo vira pó, seu nome vira pó, após o seu levantar da cadeira, e acho que não é este o objetivo que pleiteia.

Solicito, portanto, aqui de publico, QUE A SENHORA TOME AS REDIAS DESTE CASO, E MANDE, DE IMEDIATO, COMPRAR A CADEIRA DE RODAS, PARA O DEFICIENTE EM QUESTÃO, POIS É VERGONHOSO PARA SEU MANDATO, ALGO ASSIM ACONTECER, SEM SUA PROVIDÊNCIA NO SANAR COM O PROBLEMA!!!!

O deficiente? Roberto Nunes

Endereço: Rua Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, nº 367 - Ponte Nova - Jardim Casqueiro- Cubatão

Nada mais tenho a dizer, a não ser que confio que não mais terei que voltar a este caso, pois penso que a Senhora Prefeita será informada desta minha revolta, e tomará as providencias para sanar a falta que faz a Cadeira, para o Roberto.

Se nada acontecer, terei que acreditar que a cidade, esta falida, no seu bem maior: Dignidade!!!!

Carlos Alberto Lopes

Editor

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